A filósofa francesa Elisabeth Badinter, professora da École Poytechnique, deu longa entrevista às páginas Amarelas da Revista Veja de 20 de julho, falando sobre maternidade e amor materno. Para ela, essa ligação forte entre mães e filhos pode ter não apenas aspectos emocionais, psicológicos, mas também culturais, uma vez que há uma pressão muito grande para que as mulheres sejam mães, e mães perfeitas.
Há verdadeiros dogmas sobre a maternidade, esperando-se, quase sempre, que as mães sofram por seus filhos - a começar pelo parto, que muitos defendem que seja natural e sem anestesia - pela beleza do sacrifício.
Lembrei-me de um sermão ouvido faz um muito tempo. Era Dia das Mães e padre contou uma edificante historinha: mãe e filho salvaram-se de um naufrágio e se viram numa ilha deserta. A mãe amamentou o filho até que seu leite acabasse. Desesperada, ela abriu com uma faca o próprio seio, para que o filho lhe mamasse o sangue e sobrevivesse até que chegasse o resgate. Um certo exagero, concordam?? Mas, é com histórias assim que se forma a cabeça de uma mãe!
Pelo tamanho da campanha, surpreende-me que muitas de nós tenhamos conseguido sobreviver com algum lampejo de lucidez!!
3 comentários:
Cida!!! Como Vc semopre diz!!O sofrimento( mesmo o de Mãe) deve ter limites,para que continuemos lúcidas!!!
Concordo com sua mensagem, afinal, por causa dessas "historinhas" tão "edificantes" muitas de nós carregamos complexos por não ter sido uma "mãe perfeita"..............graças a Deus estamos nos libertando disso.........
li seu artigo e li o artigo da VEJA hoje cedo, antes do trabalho. Concordo com tudo e sou exemplo de um baú ambulante carregado de dogmas. A pergunta é: COMO SE LIVRAR DELES??????????????
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