segunda-feira, 18 de julho de 2011

Assunto delicado

A filósofa francesa Elisabeth Badinter, professora da École Poytechnique, deu longa entrevista às páginas Amarelas da Revista Veja de 20 de julho, falando sobre maternidade e amor materno. Para ela, essa ligação forte entre mães e filhos pode ter não apenas aspectos emocionais, psicológicos, mas também culturais, uma vez que há uma pressão muito grande para que as mulheres sejam mães, e mães perfeitas.
Há verdadeiros dogmas sobre a maternidade, esperando-se, quase sempre, que as mães sofram por seus filhos - a começar pelo parto, que muitos defendem que seja natural e sem anestesia - pela beleza do sacrifício.
Lembrei-me de um sermão ouvido faz um muito tempo. Era Dia das Mães e padre contou uma edificante historinha: mãe e filho salvaram-se de um naufrágio e se viram numa ilha deserta. A mãe amamentou o filho até que seu leite acabasse. Desesperada, ela abriu com uma faca o próprio seio, para que o filho lhe mamasse o sangue e sobrevivesse até que chegasse o resgate. Um certo exagero, concordam?? Mas, é com histórias assim que se forma a cabeça de uma mãe!
Pelo tamanho da campanha, surpreende-me que muitas de nós tenhamos conseguido sobreviver com algum lampejo de lucidez!!

3 comentários:

Marly mazzoni disse...

Cida!!! Como Vc semopre diz!!O sofrimento( mesmo o de Mãe) deve ter limites,para que continuemos lúcidas!!!

cecilia disse...

Concordo com sua mensagem, afinal, por causa dessas "historinhas" tão "edificantes" muitas de nós carregamos complexos por não ter sido uma "mãe perfeita"..............graças a Deus estamos nos libertando disso.........

Bi disse...

li seu artigo e li o artigo da VEJA hoje cedo, antes do trabalho. Concordo com tudo e sou exemplo de um baú ambulante carregado de dogmas. A pergunta é: COMO SE LIVRAR DELES??????????????